sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Há coisas tão estúpidas!

Mas tão tão tão estúpidas que de tão estúpidas que são se tornam inqualificáveis. Exemplo? Visitar alguém no IPO e mal se sai do edifício acender um cigarro. Verdadeiramente estúpido, não? Não que necessariamente a pessoa esteja internada por ter um cancro ou especificamente um cancro de pulmão originado pelo tabaco, mas mesmo assim... absurdamente estúpido. Por favor, chamem-me estúpida! Obrigada.

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Because the bell rings for me everyday...

♫ Believe - Josh Groban ♫

Children sleeping, snow is softly falling.
Dreams are calling like bells in the distance.
We were dreamers not so long ago.
But one by one we all had to grow up.

When it seems the magic slipped away,
We find it all again on Christmas day...

Believe in what your heart is saying, hear the melody that's playing.
There's no time to waste, there's so much to celebrate.
Believe in what you feel inside and give your dreams the wings to fly.
You have everything you need, if you just believe.

Trains move quickly to their journey's end.
Destinations are where we begin again.
Ships go sailing far across the sea.
Trust in starlight, to get where they need to be.

When it seems that we have lost our way,
we find ourselves again on Christmas day...

Believe in what your heart is saying, hear the melody that's playing.
There's no time to waste, there's so much to celebrate.
Believe in what you feel inside, and give your dreams the wings to fly.
You have everything you need,If you just believe.

If you just believe.If you just believe. If you just believe.
Just believe. Just believe.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Colourful TV

Depois de ter sido acusada de ser uma chata, porque basicamente foi isso que a Liberdade disse ( além de subliminarmente se pôr a divagar sobre as pseudo-liberdades, enfim, cria uma pessoa os filhos para ser alvo de ingratidão ), vou agora tirar proveito da fama. Hoje apetece-me rabiscar sobre a TV e em particular sobre dois programas.

Viva o Cabo! Viva! É verdade. Não vou introduzir o tema falando sobre o cinzento cenário da programação das televisões generalistas, apontando como excepções o “ Câmara Clara ”, o “ Clube de Jornalistas”, a “ Letra L” e algumas mais séries que por aí passam ( QUANDO É QUE A RTP ME MANDA O MEU SCOFIELD 3??? E A TVI O MEU HOUSE 4???? ), nem mencionar o óbvio facto de os espaços informativos estarem completamente corrompidos, além de que se o fizesse poderia, um dia destes, aparecer aqui a Mafaldinha e os seus amiguinhos a apelidarem-me de pseudo-intelectual e se há coisa que detesto é ser vulgar.

Passemos então ao cerne da questão. O Cabo. Há coisas fantásticas, não há? Há pois. Como por exemplo, o melhor telejornal que existe à face da Terra: Daily Show with Jon Stewart ( Sic Radical, de terça a sexta, às 20.40h ). Aqui aprende-se e conhece-se mais sobre a actualidade nos Estados Unidos da América do que em qualquer outro telejornal ou espaço informativo ( vamos abrir aqui uma HUGE excepção ao 60 Minutes ). O mesmo acontece com o The Colbert Report ( programa que não é transmitido por nenhum canal em Portugal, mas que podem ver na internet ).

O que é que estes dois espaços têm em comum e o que é que os distancia? Em comum quase tudo, o facto de serem dois apresentadores com um sentido de humor apuradíssimo, o facto de o programa durar cerca de 30 minutos, o facto de o sarcasmo, a sátira e a ironia serem o aperitivo, o prato principal e a sobremesa, o facto de fazerem da comédia um veículo de contra-poder ( já que o jornalismo falha tantas e tantas vezes essa sua função e prefere tornar-se instrumento do poder e não de poder ), o facto de terem ao seu serviço fucking good Tv writers and fucking good actors ( as Produções Fictícias lá do sítio ). A separar os dois programas o facto de os dois apresentadores se fazerem ouvir em convicções opostas, de um lado o "burro" ( Jon Stewart ) e do outro o "elefante" ( Stephen Colbert ). E embora eu aprecie muito mais as convicções azuis do Jon, o Stephen desarma-me completamente com a sua infinita capacidade “latosa”.

Através destes dois programas percebemos que os problemas com que nos debatemos diariamente em Portugal também existem do lado de lá do oceano ( em dimensões diferentes ), nomeadamente no que diz respeito às escolhas editoriais dos órgãos de comunicação, às politiquices da política, aos problemas dos orçamentos, etc, etc, etc. E tudo isto se apreende a rir, ou melhor, a gozar com. Qual CNN! ( Deus me livre e guarde de algum futuro editor meu da CNN ler isto ).

Contudo, o que mais me surpreende é como as pessoas encaram este estilo. Para isso vou-vos dar um exemplo. Jon Stewart tem como principais alvos de gozo o Presidente dos Estados Unidos e o seu Vice-Presidente Dick Cheney ( certamente quando a Hillary ganhar as próximas eleições será mudado o target ). Logo, a última pessoa que nós esperaríamos ver a aceitar um convite para participar no Daily Show seria a mulher de Dick Cheney e voilá, aceitou. É certo que o desconforto de ambos se sentia do lado de cá do ecrã, mas sinceramente não estou a ver um cenário destes a ter lugar em Portugal.

Este é apenas um dos muitos exemplos de como se encara a liberdade de expressão nos EUA. Calma, my fellow readers, não estou iludida, sei perfeitamente que é um exemplo pequeno e que na maioria dos casos os meios de comunicação continuam todos subordinados e controlados pelos grandes grupos e pelos seus dítames. Nada é perfeito, mas de vez em quando dão-nos estes pequenos bombons.

Este post é apenas para vos falar de um dos meus programas preferidos. Nada mais. Se eu quisesse aprofundar o tema do jornalismo anglo-saxão com os seus gigantes recursos humanos e financeiros, com as suas convicções esparramadas nos seus livros de estilo e com todo o seu poder escreveria um post intitulado “ Jornalismo Anglo-saxão com os seus gigantes recursos humanos e financeiros, com as suas convicções esparramadas nos seus livros de estilo e com todo o seu poder ” e aí apresentaria os prós e contras. Não é o caso ainda.

Agora vou-vos deixar a saborear alguns momentos fabulosos. A escolha foi muito difícil, muito, muito difícil. Dois vídeos de cada programa, sendo que os do The Colbert Report são geniais ( não só pelo divertido estilo do Colbert, mas também obviamente pelo amazing Sean Penn, ai ai, este homem... ). Divirtam-se :)









quinta-feira, 29 de novembro de 2007

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

A kind of...London

Após pedido de várias famílias venho aqui deixar um contributo sobre a minha viagem a Londres.
Quem me conhece sabe que sou capaz de passar horas e horas a falar de uma viagem, por mais curta que ela seja, mas desta vez não vos vou “melgar” com as peripécias, que para onde quer que eu vá, insistem em me acompanhar. Apenas vos vou explicar porque gosto tanto de Londres, uma paixão com 13 anos.

As pessoas.
E aqui é necessário perguntar: que pessoas? É legítima a questão, ao fim e ao cabo são cerca de 8 milhões de pessoas a habitar uma capital que tem 40 vezes o tamanho da cidade do Porto. A resposta porém é simples: todas, por mais cliché que vos possa parecer, a verdade é que é o melting pot que mais me atrai nesta cidade. É certo que tantas nacionalidades juntas( para não dizer todas as que existem neste planeta ) têm também um ou outro inconveniente, como sendo o caso de se querer desesperadamente ouvir a toda a hora o sotaque britânico, por o qual eu sou completamente doida, e não o conseguir.
Gosto dos ingleses, em Inglaterra. Cá acho-os um tanto ao quanto pretensiosos. Convém esclarecer que esta não passa de uma visão de viajante, de alguém que há muito tempo sonha um dia poder trabalhar na terra de Shakespeare, com a plena noção que não deve ser nada fácil viver numa cidade desta dimensão, provavelmente cheia de impessoalidade, algo que para mim, que vivo numa terra leal e invicta, pode ser catastrófico. Ou não, sou aberta a novas experiências e novos mundos.






Deixem-me ser como sou!
Adoro Londres, porque posso ser o que sou. A impessoalidade tem destas vantagens. Ali posso ser o que me apetecer, desde que não fume em recintos fechados ( e alguns abertos ), desde que chegue a horas aos compromissos, desde que não tenha objectos afiados ou bombas na mochila. Tudo o resto sou eu, sem grandes juízos de valor a mirarem-me a toda a hora.




O metro. The subway. The tube. The underground. O que lhe quiserem chamar ( eu prefiro Tube ).
Lembrei-me agora de uma música do meu querido Jay Kay, que me chegou a convidar para ir lá a casa experimentar uns chapéus, que se chama Deeper Underground. Ora nem mais “I'm going deeper underground, there's too much panic in this town”. Duas reflexões: o Tube chega a ser mesmo muito deeper underground e é literalmente uma underground town. É uma segunda cidade dentro de Londres e tem mesmo de ser.
Inevitavelmente, pelo menos para esta minha rebuscada massa cinzenta, e falando em pânico, pensei várias vezes como teria sido o atentado de Julho de 2005. A palavra certa é sorte. Pura sorte. Como teria sido se o atentado tivesse acontecido em Kings Cross St. Pancras, cerca de cinco andares abaixo do solo? Como chegariam lá os meios de socorro? Quantas das cerca de duas milhões e meia de pessoas que diariamente utilizam o metro não teriam morrido? ( Esperemos que nenhum elemento da Al Quaeda se lembre de ler isto. And if any NSA agent reads this post, please… I’m just kidding, don’t send the helicopters, there’s people sleeping ).









O tempo e a cultura.
Aqui refiro-me ao tempo meteorológico e não ao dos relógios que cada vez mais controlam a nossa vida ( citando um chefe de tribo dos mares do sul, num dos meus livros preferidos - Papalagui– “ O Papalagui ( homem branco ) nunca tem tempo. Nunca fui capaz de entender isto, pois não sei o que é o tempo, mas julgo que se trata de uma doença grave.” Escrito em 1920 e não podia estar mais certo ). Detesto que as pessoas digam que Londres e o Porto são cidades feias, porque são cidades cinzentas. É certo que não têm a luz que tanto caracteriza Lisboa, mas têm uma luz fenomenal. É aquela que aconchega. Aquela que vemos nos filmes e que nos faz lembrar o Oliver Twist. Aquela que nos faz sentar nos bancos de madeira dos parques pequenos, escondidos por toda a cidade, e nos faz querer ver as árvores a despirem-se. Aquela que ilumina o Thames às 11 da manhã e às 3 da tarde faz escorregar os peões na Millenium Bridge. A luz da incerteza. Ou então Londres e o Porto não têm realmente nenhuma luz especial e são os meus olhos que as iluminam, mas não me parece.
Quanto à cultura devo salientar dois ou três factores. O facto de estarmos numa cidade com alguns dos melhores museus do mundo, a maioria dos quais com acesso gratuito, o facto de termos ao dispor dezenas de espectáculos diários para todas as idades e gostos ( devo acrescentar também para todos os preços - incluindo gratuitos - sendo que para um português de classe média o preço mais baixo de um espectáculo em Londres é seguramente um preço médio/alto dos nossos espectáculos ), o facto de a cultura se praticar em qualquer canto ou esquina e não estar circunscrita a quatro paredes.
Gostava de dizer que Londres, a meu ver, não é uma cidade deslumbrante em termos de arquitectura. Não é uma Viena, uma Budapeste ou uma Veneza ( mas nada bate a beleza de Veneza, até rima ), cidades mais marcadas pelos traços dos tempos. No entanto, é óbvio que não é de desconsiderar The Houses of Parliament, o British Museum ( 1ª foto abaixo, com o seu magnífico tecto envidraçado ), o Museu de História Natural ( 3ª foto abaixo ), a Tower of London, a Tower Bridge ( 4ª foto abaixo ), etc. Sendo ainda de ressalvar os fabulosos parques, espalhados pela cidade. Contudo, é a arquitectura moderna que ressalta aos meus olhos.









Tudo o resto.
Não me posso estender mais nestas observações, disse que não vos ia maçar. Tudo o resto. Os parques. Demorava linhas e linhas a escrever sobre os parques. Adoro St. James Park. Adoro os esquilos. Adoro os velhotes que dão de comer aos esquilos e ficam super chateados por os turistas andarem sempre atrás dos animaizinhos. Adoro os mercados: Convent Garden com a irrepreensível qualidade de artistas de rua, Portobello Road pela azáfama e diversidade de sub-mercados, Camden Market com o seu sub-mundo de punks, góticos e as mais alternativas, bizarras e geniais personagens. Adoro os executivos, com mil piercings na orelha, sempre com as suas mochilas às costas a lerem o The Guardian. Adoro o sistema de CCTV. Adoro os tuxedo e os vestidos de noite a passarem em Trafalgar a caminho de uma premiere no Odeón. Adoro o Big Ben. Adoro as dezenas de pontes sobre o sujo Thames. Adoro o Look Right, que muito jeito dá aos turistas. Adoro a BBC. E tudo o mais que não tenho tempo de dissertar sobre.









A Kind of…London é apenas um dos muitos olhares que poderia deitar a Londres. Hoje ficamos por aqui, mas não sem antes vos deixar aquele para quem todos querem olhar. Eu, pelo menos, nunca me canso de olhar para ele e porque ao contrário do que o chefe da tribo dos mares do sul disse - " Raros são os que na Europa, dispõe realmente de tempo. Ou talvez nem sequer existam. É por isso que eles passam a vida a correr à velocidade de uma pedra lançada ao ar. A maior parte olha para o chão, quando caminha, e balança muito os braços para ir mais depressa. Quando alguém os detêm, gritam indignados:« Que ideia a tua de me vires perturbar! Não tenho tempo!»" - in Papalagui - ainda há quem tenha tempo para apreciar um dos mais belos e perturbadores instrumentos dos nossos tempos, por mais irónico que isto possa parecer.






Cheers Mates!!! :)

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Azul Celeste

Estava no teu cheiro.
Aquela noite estava lá.
Presa ao teu cheiro.
Estavam lá as ilhas
E o teu cheiro.
E as tuas mãos
E os teus olhos.
Tudo estava lá.
Menos eu.

domingo, 14 de outubro de 2007

Frames da memória futura

O azul de um iceberg a assolar a respiração – clic
A dead child laying in the pavement and a dog smelling her - clic
Uma caneta a jorrar Pulitzers - clic
A nightingale flying between little drops of argentinean rain - clic
Uma mão pousada num seio – clic
His eyes starring at the sea - clic
Um cedro siamês coberto pelo céu da Toscânia - clic
A billion smiles lightning the darkness of earth’s black holes – clic
Uma lágrima que não cai, mas que pede ajuda- clic

Um mundo inteiro à minha, à vossa, à nossa espera. If it could just hold still…

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Os filtros da nossa vida

Eu filtro, tu filtras, ele filtra, nós filtramos, vós filtrais, eles filtram. É inevitável e às vezes muito mais do que isso, é necessário. Mas é também triste.

Um amigo meu ontem disse-me “ contigo não preciso de ligar os filtros (…) sinto-me à vontade, o que é bom ”. É bom sim senhor, pena que passemos grande parte do dia a filtrar.
O sistema operativo do ser humano foi concebido para filtrar. A sociedade está formatada para filtrar. Ligamos o televisor, vemos o Telejornal e temos de filtrar. Falamos com o nosso patrão e temos de filtrar. Educamos os filhos filtrando. Aparece alguém novo na nossa vida e filtramos ( não confundir com flirtar, se bem que a flirtar também filtramos ). É uma perda de tempo e é uma perda de valores. E o mundo gira neste passo. Claro que se as excepções confirmam a regra parece que vamos todos bem alinhados. Vamos com certeza, mas não iremos também alienados? Conscientemente não e se o eixo da Terra ainda não se ressentiu então é porque estamos todos no caminho e no passo certos. E se há coisa que é triste é estar-se certo.

Eu por cá vou ficando feliz por não precisarem de filtros comigo e por saberem que não os irei usar… até ao dia em que o Christo me descobrir e disser “ Jeanne-Claude, traz-me aí uns filtros.” Aí eu rendo-me e digo “ Tudo bem, mas vermelhos e de seda. Ao menos que seja com estilo!”

sábado, 6 de outubro de 2007

O que eu gosto na minha cidade

Fácil, demasiado fácil. E no entanto, parece que me faltam as palavras.
A atitude, as vísceras...
A hombridade, as gaivotas da Cantareira...
O Douro, a coragem de quem morreu a navegar e a solidão dos jardins abandonados...
As placas toponímicas que nos recordam como esta cidade se construiu, o splah das águas quando os putos ainda saltam para o rio e o meteorito da Boavista...
As vogais abertas nos discursos inflamados, a luz suave do granito e o internacionalmente "provinciano" clube que nos põe roucos...
O murmurar das ondas da Foz em dias de Primavera, os decibéis de quem ao ver o amigo do outro lado da rua diz " Oh meu caralho tavas aí e não dizias nada?", o metro sem torniquetes...
A revista O Tripeiro, o Rui Reininho e a SONAE...
Os raios de sol que batem nos azulejos das casas da Ribeira, o fogo de artifício do S.João e a Baixa a renascer...
As escadas de Miragaia que viram passar os pés dos meus antepassados, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar e as peixeiras do Bolhão abraçadas aos adeptos da Laranja Mecânica após o empate com a Alemanha no Euro2004...
Eu, a minha mãe e o meu pai...
Os patrões que deixam os funcionários saírem mais cedo em noite de Champions League, o passo acelerado de quem quer gritar gooooooooolo no seu sofá, mesa de café ou cadeira do estádio e as ruas desertas entre as 19.45h e as 21.30h...
Os que mesmo não tendo nascido nesta cidade fizeram questão de semear e deixar crescer novas raízes e escreveram Daqui Houve Nome Portugal, o néctar que Baco não dispensaria no seu copo e o frio e o céu cinzento que abraçam um casal de velhos de mão dada a passearem
em Serralves...
Fácil, demasiado fácil. E no entanto, parece que me faltam as palavras.