quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Os filtros da nossa vida

Eu filtro, tu filtras, ele filtra, nós filtramos, vós filtrais, eles filtram. É inevitável e às vezes muito mais do que isso, é necessário. Mas é também triste.

Um amigo meu ontem disse-me “ contigo não preciso de ligar os filtros (…) sinto-me à vontade, o que é bom ”. É bom sim senhor, pena que passemos grande parte do dia a filtrar.
O sistema operativo do ser humano foi concebido para filtrar. A sociedade está formatada para filtrar. Ligamos o televisor, vemos o Telejornal e temos de filtrar. Falamos com o nosso patrão e temos de filtrar. Educamos os filhos filtrando. Aparece alguém novo na nossa vida e filtramos ( não confundir com flirtar, se bem que a flirtar também filtramos ). É uma perda de tempo e é uma perda de valores. E o mundo gira neste passo. Claro que se as excepções confirmam a regra parece que vamos todos bem alinhados. Vamos com certeza, mas não iremos também alienados? Conscientemente não e se o eixo da Terra ainda não se ressentiu então é porque estamos todos no caminho e no passo certos. E se há coisa que é triste é estar-se certo.

Eu por cá vou ficando feliz por não precisarem de filtros comigo e por saberem que não os irei usar… até ao dia em que o Christo me descobrir e disser “ Jeanne-Claude, traz-me aí uns filtros.” Aí eu rendo-me e digo “ Tudo bem, mas vermelhos e de seda. Ao menos que seja com estilo!”

3 comentários:

V V disse...

Para quem não gosta de filtros, este blog é um bocado paradoxal, não te parece? lololol. Mas vendo bem, também tu o és.lolool
bj

Anónimo disse...

Toda a gente fala dos filtros. Filtros e mortalhas. É filtros para aqui, mortalhas para acolá... E as orelhas? É que os filtros para ser filtros, são primeiro orelhas. Assim como as borboletas, que tal como o nome indica derivam do borboto. Achei importante chamar atenção para este facto, porque nunca é demais contribuir com alguma erudição para o tema em debate. E se uns se queixam tanto dos filtros, eu digo: vivam as orelhas, para servir de filtros, claro está. E voilá: a bela da pescadinha de rabo na boca - instituição maior do paradigma pós-moderno e das paradas do amor. Mas isso já são outros quinhentos...

PS: EU SEI!!!

MCO disse...

"Filtrar a flirtar"

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